O filme "The Shape of Water" (A Forma da Água) estreou em 2018 e venceu as categorias dos Óscares "Melhor Filme", "Melhor Banda Sonora Original", "Melhor Diretor" e "Melhor Direção de Arte".
Este foi dos melhores filmes que já vi. Mistura romance, ação, suspense, história, ... É uma bela história de amor. Faz-nos sentir que se não odiássemos tanto aquilo que desconhecemos o mundo poderia evoluir. Retrata tantos pontos para além da história e acho que é toda essa complexidade que torna este um filme digno de um vencedor de 4 óscares.
Sinopse:
"Início da década de 1960. Elisa Esposito é uma rapariga muda que trabalha como funcionária de limpeza num laboratório de segurança máxima em Baltimore, EUA. A sua vida altera-se quando ali chega um humanóide anfíbio capturado nos mares da América do Sul que é mantido em cativeiro e usado em vários testes laboratoriais. Com o passar do tempo, Elisa começa a afeiçoar-se a ele e entre os dois surge algo muito parecido com amor. Quando os cientistas decidem usá-lo como cobaia num programa espacial, ela resolve salvá-lo. Para isso, terá a ajuda de Zelda e Giles, os seus mais fiéis amigos…"
"A sexualidade não foi posta de lado"
Uma das características que mais apreciei sobre este filme é que a sexualidade não foi posta de lado. Subentende-se - com bom gosto, ressalva-se - que todas as manhãs, Elisa masturba-se. Vê-se o seu corpo nú, incluindo os seus pêlos pubianos, e mais tarde subentende-se que tem relações sexuais com o "humanóide anfibio". Achei bastante interessante a existência desta componente mais erótica pois assim fornece um ar mais...real e cru à história.
Estereótipos; Racismo; Xenofobismo.
Estas três palavrinhas foram transformados em temas bastante desenvolvidos no livro.
Estereótipos: O homem vil - nome que empreguei ao chefe da segurança que se encarregou de maltratar a criatura - foi a personagem mais encarregue de referir e sublinhar os esterótipos presentes no filme.
Primeiro, quando estava a falar com Elisa e Zelda - uma mulher negra e melhor amiga de Elisa - e quis deixar explícito que, apesar da criatura se parecer minimamente com um humano, ela não o era. Porque o Ser Humano foi feito à imagem de Deus... ou melhor, à imagem de um homem branco, segundo o homem vil.
Outro estereótipo encontrado consiste na ideia das mulheres da limpeza não terem qualquer tipo de inteligência, não servirem mais nada senão para "limpar o mijo" dos outros. O que não é verdade.
O racismo foi apresentado de muitas formas. Tendo eles escolhido uma mulher negra como melhor amiga da personagem principal, que é muda, dão-nos a conhecer logo em primeira mão alguns dos muitos problemas que as mulheres negras, específicamente, tinham que tolerar. Inclusivé, existe uma cena que retrata a expulsão de um casal negro de uma pastelaria só por serem negros.
De que melhor forma se podería falar sobre o xenofobismo senão dar a Elisa um melhor amigo gay?
Será que ela esteve sempre destinada a ficar com o Deus?
Algumas tribos da América do Sul acreditavam que aquela criatura era um Deus e a verdade está que ele conseguiu curar os cortes no antebraço de Giles, o melhor amigo de Elisa, e ainda lhe "devolveu" a capacidade de crescer cabelo.
Mas aquilo que não consigo deixar de equacionar, e isto provavelmente são teorias loucas, é que ela tinha aqueles cortes no pescoço que lhe permitiram mais tarde o que...nós sabemos o quê (não quero dar spoilers para os que ainda não viram o filme). E ela foi encontrada num rio à beira da água... Será que de certa forma eles já tinham tido algum tipo de contacto? Ou que o destino já se tinha encarregado de, desde nascença de Elisa, de os juntar?
A música brasileira que apareceu no filme:
O livro
Sinopse:"Richard Strickland é um oficial do governo dos Estados Unidos enviado à Amazônia para capturar um ser mítico e misterioso cujos poderes inimagináveis seriam utilizados para aumentar a potência militar do país, em plena Guerra Fria. Dezessete meses depois, o homem enfim retorna à pátria, levando consigo o deus Brânquia, o deus de guelras, um homem-peixe que representa para Strickland a selvageria, a insipidez, o calor — o homem que ele próprio se tornou, e quem detesta ser.
Para Elisa Esposito, uma das faxineiras do centro de pesquisas para o qual o deus Brânquia é levado, a criatura representa a esperança, a salvação para sua vida sem graça cercada de silêncio e invisibilidade. Richard e Elisa travam uma batalha tácita e perigosa. Enquanto para um o homem-peixe é só objeto a ser dissecado, subjugado e exterminado, para a outra ele é um amigo, um companheiro que a escuta quando ninguém mais o faz, alguém cuja existência deve ser preservada.
Mistura bem dosada de conto de fadas, terror e suspense, A forma da água traz o estilo inconfundível e marcante de Guillermo del Toro, numa narrativa que se expande nas brilhantes ilustrações de James Jean e no filme homônimo, vencedor do Leão de Ouro em 2017. Uma história cinematográfica e atemporal sobre um homem e seus traumas, uma mulher e sua solidão, e o deus que muda para sempre essas duas vidas."
Ficha Técnica:
Publicado nos EUA
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Publicado no Brasil
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Editora: Feiwel & Friends
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Editora: Intrínseca
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Número de Páginas: 312
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Número de Páginas: 352
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Data da Publicação: março, de 2018
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Data da Publicação: fevereiro, de 2018
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E vocês? O que acharam? Ainda não li o livro. Vocês já? Contem-me tudo nos comentários.
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