Sinopse:
"Dois velhos e viúvos fazendeiros, habitantes da pacata cidadezinha mineira de Caminho da Fé decidem encerrar de uma vez por todas uma disputa que estava adormecida há décadas: declarar o dono daquelas terras ao lado sul de suas fazendas.Os filhos, desaparecidos ainda crianças naquele lugar, acreditavam que lá existia alguma coisa má.
O livro mostra os relatos que ambos os homens escreviam naqueles dias, os quais estão recheados de batalhas psicológicas, terror, suspense e planos de assassinar um ao outro.
Com um final intrigante e surpreendente, o livro não desaponta quem busca uma literatura diferenciada que prenda o leitor às suas páginas, buscando incessantemente pelo desfecho."
CLASSIFICAÇÃO: 5★
Este livro é como uma bela obra de arte em que só te apetecesse agarrá-la, devorá-la mais do que uma vez e guardar num cantinho especial.
Trago-vos hoje um livro em que a trama não se foca no romance - o que é uma raridade para este blog - e é tão pequeno que até o leitor mais preguiçoso lê-o em 40 minutos.
Mas não se deixem enganar pelo seu tamanho ou pela sua falta de foco no romance, porque se vos trago é porque ele é bom. Muito, muito bom.
Antes de vos continuar a relatar um pouco sobre o meu parecer por esta obra, vou-vos indicar uma citação do livro. Eu já estava a gostar do livro, mas com este trecho o autor Matheus agarrou por completo toda a minha atenção.
"O silêncio é a porta da entrada da tristeza! Não importa o quanto um ser humano goste de ficar sozinho e/ou odeie estar em multidões: pois em multidões, um lobo solitário cria o incômodo, e do incômodo vem a raiva. Mas ambos são facilmente superáveis frente à tristeza. E a tristeza e a solidão são duas irmãs que se visitam esporadicamente, bastando haver oportunidade." - Os Dois Fazendeiros, de Matheus Zucato
Com este livro vais refletir. Vais dar por ti a parar de ler, olhar para a parede e remoeres nas palavras acabadas de ler.
Para não falar da escrita! Parece que as palavras dançam na nossa língua enquanto devoramos parágrafo atrás de parágrafo; dei por mim a sentir o cheiro da relva (grama em br) enquanto lia as descrições dos camaradas.
Vamos conhecer a história.
⚠Se não queres saber mais do que foi descrito na sinopse então não continues a ler.
Conta a história de dois fazendeiros que nutrem ódio, mas com certo companheirismo, um pelo o outro. Tal como muitos dissabores da vida e desavenças sofridas, tudo começa com a ganância e orgulho.
Estes dois camaradas há muito que discutiam por um pedaço de terra. Pensava-se que, por causa dos conflitos constantes por esse pedaço de terra que, na verdade não admitida, não era de grande interesse para nenhum dos dois, foi gerado um grande mal. Uma força maléfica criada a partir da ganância, do orgulho, da ambição sem limites.
Cada um está a preparar o assassinato do outro e o que lemos são os seus relatos escritos.
Acaba-se o livro sem se saber se aquela bruxa era somente uma metáfora ou se ela era mesmo real. O fim do livro também está em aberto.
Segundo as palavras do meu amigo Matheus essa foi a sua intenção. Deixar que o leitor resolva o próprio enigma; que pense no livro e que ele próprio crie as respostas às suas perguntas. Porque não há nenhuma resposta errada.
Aconselho-vos vivamente a adquirir esta obra. Eu, que não costumo ser fã de livros sem ser focados no romance, adorei "Os Dois Fazendeiros" exatamente por nos deixar a matutar e a refletir.
"Todos os seres humanos são tristes, mas quando são tristes juntos, confundem a tristeza pela felicidade." - Os Dois Fazendeiros, de Matheus Zucato
Quem é Matheus Zucato?
Matheus Zucato Robert, nascido em Santa Bárbara D’Oeste (SP), em 1994, mas criado a vida toda em Monte Sião, no sul mineiro.
Leitor assíduo de clássicos da literatura, o autor é inspirado principalmente por autores como Kafka, Saramago, Machado de Assis, Choderlos de Laclos, Poe, Hermann Melville e William Golding.
Divide atualmente o tempo cursando Engenharia Hídrica pela Universidade Federal de Itajubá - MG, e escrevendo livros, dos quais publica seu primeiro: Os Dois Fazendeiros.
O Autor é parceiro do Blog e enviou a sua obra para o blog.
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