quinta-feira, setembro 06, 2018

[RESENHA] Temporário, Permanente, de Diana Zimbron


Sinopse:

"Sabem aqueles livros profundos, que nos fazem refletir e tirar lições para a nossa vida, ou nos fazem reavaliar o seu sentido, ou que nos ajudam a ser melhores?
Melhor ainda, conhecem aqueles livros deliciosos que nos contam História, sem sequer nos apercebermos?
É que não tem nada a ver!
Chamo-me Inês e este é o meu diário. Recostem-se, pois vou-vos contar como vivo saltitando entre ilhas, com humor e ligeireza."

Classificação: 4★

Ficha Técnica:


Publicado em Portugal
Editora: Chiado
Número de Páginas: 156
Data de Publicação: outubro, de 2014
Como Comprar:
Chiado:          Livro Físico - 12€

Fnac:              Livro Físico -  12€

Bertrand:       Livro Físico - 12€ (menos 1.20€ para quem tem cartão Bertrand)

Wook:             Livro Físico - 12€


Resenha:

A isto é que chamo de uma boa surpresa. 

Este é daqueles livros em que a sinopse não nos cativa, mas que retém uma grande obra. Pessoalmente, acho que a sinopse está desinteressante e nem sequer dá ao leitor uma ideia geral do que é que poderá encontrar. Há quem goste de surpresas, de sinopses que não cativam, mas esse gosto pertence apenas a uma minoria dos leitores. 

Ao contrário do que acontece muitas das vezes, o livro não começou muito bem; não me cativou, e sentia que estava a ler mais por obrigação do que propriamente por gosto. Mas a partir da sua metade, o livro agarrou-me de tal forma que estava a ler e a andar ao mesmo tempo, incapaz de fechar o livro. 

Conta a história da Inês, uma mulher recém licenciada que se apaixona, num feliz acaso da vida, por um rapaz mais novo que ela. Um rapaz que, visto pela perspetiva das idades, seria mais indicado para a sua irmã mais nova. A diferença não é gigante, mas na altura da vida em que se encontram essa diferença é pesada e acarreta consequências graves. Enquanto ela pensa na sua carreira, ele pensa sobre qual Universidade deve escolher. 

Inês não quer sucumbir a este amor tolo. E se ela sucumbisse, apenas tratar-se-ia de um crime em que ela seria a pedófila. Ela luta, luta, arranja mil e um argumentos que provam que seria errado eles sequer tentarem.

É um vai e vem amoroso e Inês finalmente cede à paixão e ao amor incontestável que sente, não querendo saber sobre quaisquer dilemas, sobre quaisquer possíveis consequências. Mas se acharam que esta história de amor acabava aqui, então estão muito enganados.

Porque a autora Diana Zimbron, dá-nos uma reviravolta com direito a peripécias perigosas, com um toque de angústia e esperança. Embora Inês tenha tido sempre razão desde o início quanto ao rumo que aquela relação haveria de levar, a vida dá-lhe mais uma oportunidade. Uma oportunidade para se deixar levar pelo amor, para perceber que um número às vezes não passa mesmo disso: um número.

Este é um romance enternecedor que nos deixará com algumas lágrimas de olhos no final. Um romance tão leve, tão simples e tão belo. Uma grande prova de que às vezes devíamos simplesmente aproveitar aquilo que a vida nos oferece e não deixar que a vida passe e que nem a possamos ter aproveitado. 
Não posso deixar de referir que o livro faz-nos viajar pelas ilhas dos Açores fazendo-nos almejar conhecer cada pormenor, cada detalhe da beleza inconfundível deste belo arquipélago. 

"O dia em que a moralidade virou relativo e o que era passageiro ficou."


Quem é Diana Zimbron?

Nascida a 30 de novembro de 1984 em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores.
Formada em educação de infância.
Estabeleceu-se na ilha do Pico em 2016, começando imediatamente a considerar-se Picarota.

O gosto pela literatura desenvolveu-o nos verões passados a ler aventuras com a sua mãe. Escreve desde cedo vários contos que acaba por deixar na gaveta para, pela primeira vez em 2014, publicar um romance. “Temporário, Permanente” é editado mesmo a tempo do seu 30º aniversário em outubro de 2014.


Mãe de uma menina de sete anos, descobriu um novo interesse para a escrita de contos infantis. Será uma obra deste género a próxima a ser publicada



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